Educação física no novo ensino médio
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Revista Educação Física

Educação física no novo ensino médio

EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO

ENTENDA A IMPORTÂNCIA DA DISCIPLINA NA FORMAÇÃO DOS JOVENS

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) estabelece que a Educação Física, integrada à proposta pedagógica da escola, é componente curricular obrigatório da Educação Básica. No entanto, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), já em vigor, permitiu recentemente que, no Ensino Médio, as escolas oferecessem essa e outras disciplinas como itinerário formativo à escolha dos alunos, com exceção da Língua Portuguesa e Matemática, que são os únicos obrigatórios. Trata-se de uma possibilidade estabelecida pelo Ministério da Educação e, deste modo, algumas Secretarias de Educação estão reduzindo a carga horária da Educação Física.

O Sistema CONFEF/CREFs vê com bastante preocupação o surgimento desses casos nos quais ocorre a redução do número de aulas de Educação Física, haja vista os benefícios proporcionados às crianças e adolescentes pela prática de atividade física orientada por Profissionais de Educação Física na escola, amplamente comprovados pela ciência. Por isso, em todas as ocasiões em que ocorreram retrocessos, fez gestão junto a parlamentares para que a condição de obrigatória da oferta fosse garantida. O CONFEF conta com uma comissão específica (veja em confef.com/541) para tratar da Educação Física Escolar, assim como todos os CREFs, desenvolvendo ações políticas de enfrentamento aos desafios e oferecendo formação contínua em programas como o CREF Itinerante, que percorre as cidades de cada região.

A Educação Física Escolar faz parte do currículo de todos os países do mundo (UNESCO, 2014), e é obrigatória em 94%. Isso mostra que se trata de uma disciplina reconhecidamente importante, porque a sua presença no currículo é transversal aos países, continentes e culturas. A legitimação de uma disciplina é importante, porque nenhuma delas tem um estatuto vitalício no currículo nacional. Os currículos resultam de decisões políticas e de representações sociais. Por esta razão, qualquer disciplina é suscetível de um dia poder sair do currículo ou ver a sua importância ser aumentada ou diminuída. Para entrar no currículo escolar e permanecer ao longo de tantos anos, a Educação Física tem conseguido justificar-se ao longo dos tempos como uma disciplina importante e que contribui para a formação do cidadão socialmente integrado.

DESENVOLVIMENTO DA APTIDÃO FÍSICA PARA A SAÚDE

Entre crianças e adolescentes, a escola é considerada um importante contexto para a promoção da saúde, e a atividade física e a aptidão física não são exceção.

Entende-se que a compreensão do significado contribuirá para que os alunos aprendam conhecimentos que conduzam à autonomia no que diz respeito à tomada de decisão por ser fisicamente ativo, bem como, de praticar atividade física sem a supervisão de um Profissional de Educação Física, o que apresenta-se como um dos desafios da Educação Física Escolar.

A participação em programas de Educação Física de qualidade melhora a saúde física, diminui as condições crônicas de saúde mental e cria resiliência socioemocional. Ele também fornece uma porta de entrada de alto impacto/baixo custo para a participação vitalícia em atividades físicas ao longo da vida.

Defendemos que a redução da carga horária de Educação Física implicará em sérios prejuízos ao pleno desenvolvimento dos escolares. A Educação Física carece de orientação especializada do profissional para o ensino de qualidade, visto não existir abordagem genérica de ensino que dê conta da diversidade de competências a serem desenvolvidas nos indivíduos. Os jovens precisam de motivação, confiança, competência motora, conhecimento e compreensão, para usufruir dos benefícios das atividades físicas. Isso se aprende nas aulas de Educação Física, para ser aplicado na vida. Os aspectos citados apresentam evidências científicas com impactos na melhoria do rendimento escolar, da aptidão física relacionada à saúde, no desenvolvimento das habilidades socioemocionais, na diminuição dos comportamentos sedentários que, entre outras doenças, geram obesidade e alguns tipos de câncer.

Para além das audiências públicas, o Sistema CONFEF/CREFs continuará atuando junto aos parlamentares da Câmara Federal, das Assembleias Legislativas e das Câmaras de Vereadores, bem como, junto aos gestores das secretarias estaduais e municipais de educação, a fi m de evitar que a Educação Física - fundamental na formação de crianças e jovens - tenha seu espaço reduzido na construção de uma sociedade saudável. Para tanto, contamos com o engajamento de todos os profissionais da área, para a defesa da Educação Física na escola, por meio da participação ativa nas audiências públicas e na sensibilização de políticos e gestores educacionais da sua região, ações que poderão contar com a participação de especialistas convidados e dos membros da Comissão de Educação Física Escolar deste Conselho.

Os jovens precisam de motivação, confiança, competência motora, conhecimento e compreensão, para usufruir dos benefícios das atividades físicas. Isso se aprende nas aulas de Educação Física, para ser aplicado na vida.

AS CINCO ÁREAS DO DESENVOLVIMENTO DAS HABILIDADES SOCIOEMOCIONAIS:

Autoconsciência: Capacidade de reconhecer com precisão as próprias emoções e pensamentos e sua influência no comportamento. Incluindo avaliar com precisão os pontos fortes e limitações possuindo um senso de confiança e otimismo bem fundamentado.

 Autogestão: Capacidade de regular as emoções, pensamentos e comportamentos efetivamente em diferentes situações. Inclui gerenciar o estresse, controlar os impulsos, motivar a si mesmo, definir e trabalhar para alcançar resultados pessoais e metas acadêmicas.

 Consciência social: Capacidade de ter a perspectiva e empatia com os outros de origens e culturas diversas, para compreender as normas sociais e éticas do comportamento, e reconhecer recursos e apoios familiares, escolares e comunitários.

 Habilidades de relacionamento: Capacidade de estabelecer e manter uma postura saudável e gratificante nos relacionamentos com diversos indivíduos e grupos. Isso inclui a comunicação clara, ouvir ativamente, cooperar, resistir à pressão social inadequada, negociar conflitos de forma construtiva, buscando e oferecendo ajuda quando necessário. 

Tomada de decisão responsável: Capacidade de fazer escolhas construtivas e respeitosas sobre o comportamento pessoal e as interações sociais com base na consideração de padrões éticos, questões de segurança e normas sociais, a avaliação realista de várias ações, e o bem-estar de si mesmo e dos outros.

NENHUMA AULA A MENOS

 Com o objetivo de divulgar amplamente a importância e a essencialidade das aulas de Educação Física Escolar, e em resposta à redução da carga horária do componente curricular nas escolas, o CONFEF lançou, em fevereiro, a campanha Educação Física na Escola: nenhuma aula a menos. A campanha trouxe exemplos e argumentos técnicos sobre os efeitos das aulas no desenvolvimento dos jovens. Foram produzidas peças para mídias sociais, adotando a cor laranja, que remete à alegria da infância e à vitalidade trazida pelo exercício físico. O movimento foi uma iniciativa da Comissão de Educação Física Escolar. A publicação mais popular alcançou 53.804 contas diferentes e contou com 1.119 compartilhamentos, trazendo a mensagem: “A prática regular de atividade física, que se aprende nas aulas de Educação Física, tem efeitos no desempenho cognitivo, na criatividade, no raciocínio e na memória”. Para conhecer a campanha, acesse nossa conta no Instagram (@confef) ou Facebook (facebook.com/confef).