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'O exercício é uma terapia para o cérebro', afirma neurocientista 13/09/2021

A descoberta de que exercícios protegem e preservam a memória deu à cientista brasileira Fernanda De Felice o mais prestigioso prêmio do mundo na pesquisa do Alzheimer. De Felice é a primeira brasileira a receber o Prêmio Inge Grundke-Iqbal, concedido pela Associação Internacional sobre a Doença de Alzheimer ao pesquisador principal do artigo de maior impacto na área publicado nos últimos dois anos.

A pesquisa, publicada na revista científica Nature Medicine em 2019, revelou que a irisina, um hormônio produzido pelos músculos durante os exercícios, protege o cérebro e restaura a memória afetada pelo Alzheimer.

O trabalho abriu caminho para estabelecer mudanças de estilo de vida que ajudam na prevenção. Também pavimentou uma via para o desenvolvimento de novas terapias contra a doença neurodegenerativa que mais avança no mundo.

(...) Por que a atividade física é tão importante para o cérebro?

Gosto de pensar no cérebro como um ecossistema, sensível a mudanças ao longo da vida. Ele é como a Amazônia, que se desequilibra com a perda de diversidade. No caso do cérebro, o desequilíbrio é consequência de um somatório de fatores biológicos e sociais. As pessoas costumam imaginar a doença de Alzheimer como um mal da velhice, mas ela é resultado de um acúmulo de fatores, como estresse, inflamação, atividade física, alimentação.

Que impacto o exercício tem nesse órgão? Os exercícios são uma terapia completa. Melhoram a vascularização do cérebro, o aporte de oxigênio. E têm muitas outras funções benéficas para todo o corpo. Impactam a microbiota (os microrganismos benéficos que vivem em nosso corpo), os ossos, estimulam metabolismo, e tudo isso chega ao cérebro. A atuação pode ser indireta, por meio da ação em outras partes do corpo. Mas também direta, como no caso do BDNF e da irisina. (...)




Fonte: O Globo