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Método educador usa o jiu-jitsu na inclusão de crianças com paralisia infantil e autismo 30/09/2019

Manaus – O pedido da mãe de uma criança com paralisia cerebral levou os professores do projeto ‘Aprender, Conviver e Lutar’, executado pela Prefeitura de Manaus, a desenvolverem a técnica do ‘Avatar’. Por meio do jogo do faz de conta, a iniciativa transporta os participantes para outra dimensão, com movimentos simples de jiu-jitsu criados exclusivamente para alunos com paralisia cerebral e autismo.

A ação visa fazer a diferença na vida social dos estudantes da educação especial da rede pública de ensino. Criado em 2013, o projeto, sob a coordenação da Secretaria Municipal de Educação (Semed), já atendeu mais de 3 mil crianças. Atualmente, conta com seis polos, com alunos da educação regular e especial. Segundo o coordenador de Educação Física da Semed, Ronnie Mello [CREF 002271-G/AM], o grande diferencial é a ação educacional.

“Utilizamos a luta como estratégia de ensino-aprendizagem. Todos que trabalham no projeto têm experiência na luta e formação acadêmica, não se pode fazer um combate solto, por isso, essas aulas são acompanhadas pela equipe pedagógica. O ‘Aprender, Conviver e Lutar’ é o nosso carro-chefe, tendo como mentor o próprio prefeito Arthur Virgílio Neto, um dos maiores incentivadores do jiu-jitsu no Amazonas, e que hoje está totalmente consolidado”, pontua Mello.

As aulas de jiu-jitsu para os alunos da educação especial são realizadas as quartas-feiras, a partir das 9h, na Escola Municipal de Educação Especial André Vidal Pessoa, zona Centro-Sul de Manaus. Atualmente, a turma conta com 30 alunos.

De acordo com o chefe da Divisão de Educação Infantil, Alexandre Romano, um dos professores do projeto, o apoio dos pais é fundamental. “Esse projeto seria inviável se não fossem as parcerias, a principal delas é a dos pais, que fazem parte do processo. Sem eles, seria impossível desenvolver esse trabalho”, comenta o professor, que também explicou detalhes da técnica ‘Avatar’.

“O projeto surgiu a partir do pedido da mãe do Samuel, um aluno da escola André Vidal que tinha paralisia cerebral e que, infelizmente, já faleceu. Quando a mãe dele nos procurou, pensamos como fazer jiu-jitsu para uma criança que não se mexia. Foi aí que desenvolvemos o ‘Avatar’, técnica que só existe em Manaus, onde o corpo do professor entra em contato com o corpo da criança e assim ela consegue se mexer, com movimentos específicos para que os alunos especiais conseguissem praticar o jiu-jitsu”, explica o Romano.

E foi assim que o tatame do ‘Aprender, Conviver e Lutar’, que já trabalhava a inclusão com turmas de autistas, passou a receber também alunos com paralisia cerebral.

“O projeto é bonito porque o tatame está sempre cheio de pessoas que querem promover o desenvolvimento social dessas crianças”, comenta Romano.


Fonte: D24am