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Com licenciatura e bacharelado em Educação Física, Daiane dos Santos explica os prós e contras da ca 21/09/2017

Depois de se tornar a primeira pessoa do Brasil (homem ou mulher) a conquistar uma medalha de ouro em um campeonato mundial de ginástica artística, depois de batizar um elemento de ginástica nunca antes feito em competições, depois de gravar seu nome na história do esporte, Daiane Garcia dos Santos [CREF 130553-G/SP], de 34 anos, decidiu se aposentar e retomar seu sonho original de infância: ser professora de educação física.

Quem pensa que foi a carreira de sucesso na ginástica artística o motivo pelo qual a jovem decidiu seguir carreira na educação física se engana. A 'culpada' se chama Sônia. "Foi antes de eu começar a fazer ginástica até. Sempre gostei dos meus professores de educação física. Mas quando eu estava na sétima série eu tive uma professora de quem eu gostava muito, muito muito. Ela se chamava Sônia e eu me inspirei muito nela. Eu disse: 'quero ser professora de educação física quando eu crescer'", disse ela. "E assim foi. Quando veio a ginástica, isso só aumentou a minha vontade de querer ser professora de educação física. Crescer eu não cresci, só fiquei mais velha", brinca ela.

Daiane começou a treinar ginástica artística em uma idade considerada tardia para o esporte: 11 anos. Porém, ela logo se destacou, ganhou espaço e acabou fazendo história, como a primeira ginasta brasileira a conquistar uma medalha de ouro em um campeonato mundial, e a primeira brasileira a ter um movimento acrobático batizado em sua homenagem: o duplo twist carpado, hoje conhecido como "Dos Santos". Depois de competir em três olimpíadas, ela anunciou a aposentadoria como ginasta em 2012, após os Jogos de Londres.

Graduação plena
Nessa época, ela já cursava a graduação em educação física. Para conseguir o diploma da graduação nas duas modalidades, ela precisou cumprir a carga horária de estágios tanto da licenciatura quanto do bacharelado. "Na licenciatura você faz o estágio na escola, nas aulas de educação física", explicou Daiane. Entre as atividades dos estagiários está observar o trabalho dos professores titulares e elaborar planos de aula.

Uma carga mínima de 400 horas deve ser cumprida em aulas do ensino infantil, dos anos iniciais e finais do fundamental e também do ensino médio.
"E a mesma coisa no bacharelado. É um pouquinho mais difícil no bacharelado do que na escola. [As horas] são divididas em academia, judô, ginástica, atletismo... Você não pode fazer as 400 horas de estágio em uma área só. Por exemplo, eu só tenho vantagem na ginástica. Mas isso te ajuda a entender um pouco que área você quer seguir."

Formada pela FMU em São Paulo, Daiane atualmente atua como comentarista esportiva, mas também estudou gestão esportiva e mantém um projeto social em Paraisópolis, na Zona Sul da cidade, que atende mais de 200 crianças.

Gestão esportiva
Mesmo sonhando com a carreira desde a infância e transformando a ginástica em uma profissão, Daiane também viu seus percursos na carreira mudarem com o tempo.

"Primeiro eu queria ser professora de escola, depois pensei em dar treino para as [meninas] pequenas, na [categoria de] base da ginástica. Depois eu já mudei total, né. Fiquei na parte administrativa mesmo. Adoro trabalhar dentro do ginásio, mas trabalho mais no administrativo do esporte do que dando aula mesmo. Às vezes eu dou aula, mas é mais difícil", diz ela.
As aulas que Daiane dá atualmente são para as crianças do seu projeto Brasileirinhos, em Paraisópolis, ou em workshops e eventos.

Ela se aprofundou na área de gestão esportiva e pretende continuar estudando. Além disso, ela diz que o fato de ser atleta de alto rendimento não lhe garantiu uma vantagem em relação aos demais colegas da graduação.
"Acho que é o mesmo para todo mundo. Muitas vezes a gente até sai em desvantagem. Porque às vezes a gente acha que a gente sabe muito, como atleta, e às vezes você pega uma pessoa que não foi atleta, mas é muito dedicada." (Daiane dos Santos)



Fonte: G1